Fedro: ou Do Belo
Autor: Platão
Fedro é um diálogo platônico que trata da investigação sobre a retórica e o amor.
Em uma análise acerca dessa emanação, também chamada de desejo, a obra retrata a importância da transformação pessoal que a filosofia deve operar na alma humana.
O objeto deste livro não é uno, mas duplo, ou seja, o caráter e o valor do amor sensual (eros), a natureza e os limites da retórica, constituindo uma crítica aos sofistas.
Nesta obra, Platão, o fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental, registra o encontro entre Fedro e Sócrates, que se dá após a leitura do discurso de Lísias, filósofo a quem Fedro reverencia como o mais extraordinariamente dotado escritor.
Em seguida, Sócrates faz uma reflexão sobre as questões passionais de como é o amor, as vantagens e as desvantagens de quem está apaixonado.
Faz as suas considerações sobre o referido discurso e observa que o assunto não foi desenvolvido com a intensidade adequada, então, resolve abordá-lo com maior profundidade.
Ele invoca as Musas Melodiosas para que lhe concedam inspiração, de modo que Fedro o considere um filósofo mais sábio e, a partir daí, inicia uma narrativa sobre um belo jovem que tinha um amante particularmente astucioso.
Prossegue discorrendo sobre as consequências da paixão, investigando se esse amor promoveria benefício ou dano e como esse sentimento poderia levar alguém a cometer loucuras, advertindo que um jovem pode acabar magoado em um relacionamento amoroso, no qual um dos amantes busca obter prazer sem se importar com as expectativas do outro.
Depois de Sócrates ter sentido que havia censurado Eros por tratar o amor como algo não generoso, profere outro discurso – desta vez bastante longo – elogiando a loucura da paixão, em uma retratação expressada de forma poética, na tentativa de converter suas palavras amargas em outras bem mais doces.
O mestre fala ainda de oratória e da necessidade de um indivíduo conhecer a verdade acerca de todas as coisas.